As chuvas da madrugada e manhã desta segunda-feira (13) causaram alagamentos no bairro e na praia de Ponta Negra, em Natal, afetando o trecho onde ocorrem as obras de engorda da praia.
A rede de drenagem do calçadão não suportou o volume de água, deixando a área com poças de lama, sujeira e mau cheiro. Trabalhadores, turistas e moradores relataram a presença de esgoto no local alagado.
O secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal (Semurb), Thiago Mesquita, explicou que o problema foi causado pela conexão inadequada entre dois pontos de drenagem e confirmou o “extravasamento de esgoto”. Ele também afirmou que o mau cheiro era consequência desse extravasamento e que a CAERN seria autuada.
“Nós já acionamos a empresa para resolver rapidamente esse problema […] A partir de amanhã [terça, 14], a empresa trabalhará 24 horas para solucionar essa interconexão entre o ponto 8 e o ponto 9 de drenagem e evitar que essa situação se repita”, afirmou o secretário.
Contudo, em nota, a CAERN negou que houvesse qualquer extravasamento de esgoto na área próxima às obras de engorda. O diretor da companhia, Roberto Linhares, enviou um vídeo respondendo às declarações do secretário.
“Esse vídeo é para trazer o nosso posicionamento sobre o que o secretário da Semurb falou, dizendo que o cheiro no alagamento da Engorda seria causado por esgoto da CAERN. Não é. O senhor disse que vai me chamar para uma audiência; nós vamos, vamos comprovar que não é e pedir que o senhor se retrate naquilo que falou. Não é confronto, é apenas a verdade. Se fosse responsabilidade nossa, assumiríamos, mas nosso sistema de esgoto está funcionando completamente bem. O cheiro é causado por ligações clandestinas de esgoto, que são de responsabilidade do município, que tem o poder de polícia para fiscalizar e tamponar, e que conta com a nossa parceria para resolver esses problemas.”
Segundo Thiago Mesquita, o ponto 9 é responsável por absorver a maior carga hidráulica, com águas que descem da Avenida Roberto Freire até a praia. No entanto, a conexão com o ponto 8, que possui menor capacidade, provocou o transbordamento.
Apesar da controvérsia, o secretário destacou que a situação não interfere no cronograma das obras de engorda, que têm previsão de conclusão para o final de janeiro.