A influenciadora digital, advogada e empresária Deolane Bezerra foi solta na tarde desta terça-feira (24), após passar duas semanas presa na Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco. A soltura aconteceu em cumprimento a uma decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que beneficiou outros 17 investigados na operação Integration, que apura esquemas de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.
Deolane havia sido presa no dia 10 de setembro, logo após descumprir uma medida cautelar que proibia manifestações públicas. A influenciadora, inicialmente colocada em prisão domiciliar no Recife, teve o benefício revogado após falar com a imprensa e seus fãs, além de postar conteúdos nas redes sociais. Com a revogação, foi transferida para a prisão em Buíque.
O habeas corpus que resultou na soltura de Deolane e dos outros investigados foi concedido pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, relator do caso. A decisão foi tomada após a defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, empresário e também alvo da operação, solicitar o relaxamento da prisão, com os efeitos estendidos aos demais detidos.
Medidas cautelares para os investigados
Embora Deolane tenha sido liberada, a Justiça impôs algumas restrições aos investigados. Entre as principais medidas cautelares, estão:
- Proibição de mudança de endereço sem autorização judicial;
- Proibição de deixar a comarca de residência sem autorização judicial;
- Proibição de praticar infrações penais dolosas;
- Necessidade de comparecimento à 12ª Vara Criminal da Capital, no Recife, em até 24 horas para assinar um Termo de Compromisso.
Além dessas medidas, o desembargador Guilliod também determinou que os investigados estão proibidos de frequentar empresas ou tomar decisões relacionadas às atividades econômicas das companhias investigadas na operação. Eles também não podem fazer publicidade ou citar plataformas de jogos.
Bloqueios de bens e investigação
Mesmo com a soltura, a investigação da Operação Integration continua. Foram mantidos os bloqueios de bens e sequestros de ativos financeiros solicitados pela Polícia Civil. Segundo as autoridades, o esquema investigado teria movimentado R$ 3 bilhões, provenientes de jogos ilegais e lavagem de dinheiro, envolvendo compra e venda de carros de luxo, como o Lamborghini Urus S, adquirido por Deolane por R$ 3,85 milhões.
Deolane e sua mãe, Solange Bezerra, também envolvida no caso, tiveram bens bloqueados, incluindo R$ 20 milhões da influenciadora e R$ 3 milhões das contas de Solange. A Polícia Civil também apreendeu dezenas de imóveis, embarcações e veículos de luxo, como parte da operação.
Sobre o caso
Deolane Bezerra foi inicialmente presa no dia 4 de setembro, quando a operação foi deflagrada. Na ocasião, sua mãe também foi presa, juntamente com outros suspeitos, incluindo Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da casa de apostas Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Filizola.
Após ser solta no dia 9 de setembro para cumprir prisão domiciliar, Deolane violou as medidas cautelares, o que resultou em sua transferência para Buíque. Agora, após nova decisão judicial, ela foi liberada sem necessidade de uso de tornozeleira eletrônica, mas permanece sob investigações.
A operação, que ainda não teve todos os detalhes revelados devido ao segredo de Justiça, continuará apurando o suposto envolvimento de Deolane e os outros investigados no esquema.