Nesta segunda-feira (31), entregadores de aplicativos no Rio Grande do Norte iniciaram uma manifestação na Avenida Nevaldo Rocha, nas proximidades do Shopping Midway Mall, em Natal. A ação faz parte da paralisação nacional convocada por trabalhadores autônomos de diversas cidades brasileiras, que protestam por melhores condições de trabalho e pagamento justo.
O movimento, que leva o nome de “Breque dos APPs”, está sendo liderado por entregadores em São Paulo, mas tem ganhado apoio em outras regiões do país. Em Natal, a adesão ao protesto é difícil de ser rastreada devido ao caráter autônomo da profissão, mas a manifestação local segue o mesmo propósito das paralisações em outras partes do Brasil.
Os entregadores estão exigindo um pagamento mínimo de R$ 10 por entrega e R$ 2,50 por quilômetro rodado, além de limites de 3 quilômetros para entregas feitas com bicicletas e a eliminação do agrupamento de corridas sem a devida compensação financeira. A principal queixa é a precarização das condições de trabalho, que, segundo os manifestantes, resultam em jornadas extenuantes e baixo retorno financeiro.
Os organizadores do movimento também destacam a semelhança entre as condições dos entregadores e de outros trabalhadores autônomos, com ênfase nas dificuldades enfrentadas por mulheres que atuam nesse setor. Além disso, o movimento busca chamar a atenção para a necessidade de regulamentação e de garantias de proteção social aos trabalhadores de aplicativos.
A paralisação, que se estende por dois dias (31 de março e 1º de abril), está sendo acompanhada de perto pelas plataformas de entrega, que se comprometeram a manter o diálogo aberto com os trabalhadores e respeitar o direito de manifestação. Em um comunicado, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas como 99, iFood e Uber, informou que respeita a manifestação e está empenhada em discutir melhores condições de trabalho para os entregadores.
Ainda não há previsão de quando as negociações poderão resultar em mudanças substanciais, mas o protesto em Natal é um reflexo de um movimento crescente por melhores condições de trabalho em todo o Brasil.