Procedimento de reconstrução facial durou mais de sete horas; agressor está preso e alegou ter sido agredido na cadeia
A mulher brutalmente agredida pelo namorado dentro de um elevador em Natal passou por uma cirurgia delicada de reconstrução dos ossos da face, realizada no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), em Natal. Segundo a equipe médica e a defesa da vítima, a paciente, identificada como Juliana, está bem e segue em recuperação hospitalar.
O procedimento, conhecido como osteossíntese facial, tinha duração estimada de cinco horas, mas se estendeu por mais de sete. De acordo com os cirurgiões, o tempo extra foi necessário por causa da quantidade e complexidade das fraturas.
“Algumas partes da fratura estavam muito difíceis de serem abordadas, reduzidas e fixadas no local correto (…). Havia muita fratura. O caso foi bastante grave, do ponto de vista de trauma”, afirmou o cirurgião-dentista Kerlison Paulino de Oliveira, que participou da cirurgia.
A operação teve como objetivo restabelecer a funcionalidade e a estética do rosto da vítima. A equipe contou com especialistas em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, anestesistas e profissionais de enfermagem. Segundo os médicos, a recuperação completa da fala e mastigação pode levar pelo menos 45 dias, e há grande possibilidade de sequelas permanentes.
“Mesmo com as fixações, tivemos muitos fragmentos distantes uns dos outros (…). Foi necessário usar placas mais grossas e rígidas para garantir a estrutura do esqueleto facial”, explicou o cirurgião.
Ainda não está descartada a necessidade de novas cirurgias no futuro.
Agressão brutal foi registrada por câmera de segurança
O crime aconteceu no dia 26 de julho, dentro do elevador do condomínio onde Juliana mora. As câmeras de segurança do prédio registraram a sequência de violência: em pouco mais de 30 segundos, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, desferiu 61 socos no rosto da namorada.
O porteiro do condomínio acionou a polícia imediatamente, e Igor foi preso em flagrante. De acordo com a investigação, o crime teria sido motivado por ciúmes. O suspeito, ex-jogador de basquete, está atualmente detido na Cadeia Pública de Ceará-Mirim e deve responder por tentativa de homicídio qualificado.
Agressor afirma ter sido espancado na prisão
Na última sexta-feira (2), Igor foi levado à Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal, onde registrou uma ocorrência alegando que foi ameaçado e agredido por policiais penais dentro da unidade prisional.
Segundo seu depoimento, ele teria sido colocado em uma cela isolada, algemado, despido e agredido com murros, chutes, cotoveladas e spray de pimenta.
Após relatar os fatos, Igor foi submetido a um exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP), que apontou lesões leves no corpo.
Em nota oficial, a Secretaria da Administração Penitenciária do RN informou que tomou providências imediatas após tomar conhecimento da denúncia e que a Polícia Civil vai investigar a suposta agressão dentro da cadeia.