A medicina tem avançado no combate ao câncer e um novo teste pode ajudar no combate a essa doença que é responsável por muitas mortes em todo o mundo.
Em entrevista ao Canal Livre deste domingo (15), o oncologista Fernando Maluf falou sobre os avanços da medicina e novos tratamentos da doença.
“Teve vários avanços, mas se a gente for olhar um pouco para os avanços da área que refletem não só no tratamento em si, mas no diagnóstico e no entendimento da doença, a gente caminhou muito em duas estradas. Na primeira estrada, a gente consegue aumentar o diagnóstico precoce. Importante entender que se a gente tiver, por exemplo, usando a figura de uma guerra, se tiver que lutar contra um soldado do outro lado, é mais fácil de vencê-lo do que lutar com um exército de um milhão de soldados. Isso cria o conceito de que o câncer, quanto menor que ele é e mais precoce, ou seja, mais restrito ao local em que ele começou, mais fácil é curá-lo. E os exames diagnósticos que envolvem exames de imagem, com a melhora da tomografia, da ressonância. Hoje a gente tem o índice de detecção muito melhor de lesões muito menores. Quando a gente fala de lesão menor a gente fala de cura, claro que varia de câncer para câncer, acima de 90 a 95%”, disse.
Diagnóstico precoce
Maluf também explicou a importância do diagnóstico precoce no combate à doença e citou um teste que pode antecipar um possível resultado positivo.
“Melhoramos o diagnóstico precoce. Agora têm exames que não são exames de rotina, ou seja, não estão disponíveis no dia a dia, mas que já tem alguns resultados revelados em publicações importantes que conseguem antecipar uma imagem em até 8 ou 10 anos. Então tem um teste chamado PanSeer, que foi desenvolvido a partir de um banco de dados de 10 pessoas saudáveis, que deram ou doaram uma amostra de sangue e foram seguidos por um bom tempo. Desse total de 10 mil homens e mulheres saudáveis, na época, um percentual de 691 homens e mulheres tiveram câncer ao longo do tempo e percebeu que em 91% dessas pessoas que tiveram câncer havia uma alteração no exame de sangue anos atrás, chamado metilação do DNA. Essa metilação do DNA conseguiu, diferenciar quem tinha um câncer não sabia e quem não tinha e não ia ter. É como se a gente através de um teste sanguíneo conseguisse predizer quem já tinha um mínimo e sutil resquício de câncer no corpo não visível ainda por exame de imagem. Se teste for validado em outros bancos de dados, a gente vai conseguir tratar órgãos saudáveis antes que eles formem um pequeno nódulo ou uma pequena massa tumoral. E curar tumores que são potencialmente muito graves quando ele está a nível celular ainda”, explicou.
Entendimento da doença
“A gente vem caminhando para conseguir diagnosticar o câncer antes de ele ser visível aos nossos olhos. O que representa um avanço incrível não só em taxas de cura, que podem chegar a 100%, ou seja, com pouco tratamento. Essa é uma área que estamos avançando de forma importante, que é o diagnóstico precoce. A outra é o entendimento de que cada tumor é diferente do tumor de um outro paciente. É como uma digital, cada um de nós tem uma impressão digital. Cada tumor de cada pessoa tem sua própria impressão digital. Agora a gente vem entendendo quais são essas características para poder montar um tratamento passo a passo para aquele tipo de câncer, para aquele tipo de paciente”, disse.
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