A Petrobras é uma estatal autossuficiente em produção de petróleo, mas segue os preços internacionais porque não tem condições de transformar todo o petróleo em gasolina e diesel. E, como o Brasil não possui capacidade de refino, precisa exportar petróleo bruto e importar petróleo refinado.
Se a Petrobras não cobrar dentro do Brasil o mesmo valor que se cobra no mercado internacional, se cobra mais barato e o importador não tem vantagem de trazer o combustível. O importador não vai comprar mais caro para vender mais barato.
No caso do diesel, a situação é mais delicada, porque o Brasil depende muito mais da importação, cerca de 30%, e a oferta de diesel no mundo está mais apertada, tem baixo estoque e dificuldades logísticas provocadas pela guerra entre Ucrânia e a Rússia, que é o segundo maior exportador de petróleo do mundo.
Sem acompanhar o preço internacional, o país corre risco de desabastecimento. Pode faltar combustíveis.
A empresa diz que tem um papel social e que cumpre segurando os preços o máximo possível e tem sido gerido entregando bons resultados aos acionistas, sendo que o maior deles é o governo federal.
A distribuição de lucros e dividendos pode ser utilizada para fazer políticas públicas, focando na população de baixa renda e em setores mais sensíveis, como os caminhoneiros.
Interferência em uma empresa que tem capital privado gera riscos. Pode gerar insegurança para investir no país, desestimular concessões, empregos e desvalorizar o real, gerando mais inflação com a alta do dólar.
Agência Brasil