O paulista Ronaldo, 38 anos, tinha pavor de duas coisas antes de se inscrever para o MasterChef, em julho deste ano: levar uma bronca de Paola Carosella e ouvir gritos de Henrique Fogaça. E não é que os medos que o acompanharam da etapa de seleção até sua participação no talent show se tornaram realidade? Mesmo assim, ele se tornou campeão do 22º episódio, exibido nesta terça-feira, 8, pela Band. “Tudo o que eu temia aconteceu, mas foi perfeito, como viver um sonho.”
Na primeira prova, Paola disse que o molho de Ronaldo estava sem emoção e Fogaça gritou o acelerando para terminar tudo a tempo. Deu certo e o receio se transformou em alegria quando pôde, enfim, erguer o troféu.
O que era trivial ganhou uma dimensão maior quando se mudou para a Ásia e, por dois anos, passou a conhecer e comer pratos de diferentes países. “Sentia falta da comida brasileira e passei a fazer de tudo em casa. Ao mesmo tempo, experimentei muitas coisas. Com um grupo de amigos de várias nacionalidades, descobri sabores únicos.”
De volta ao Brasil, percebeu que algo havia mudado e que seu paladar antes infantil, que dificilmente ousava em novos temperos ou receitas, já não era mais o mesmo. Neste período, decidiu se dedicar e estudar com empenho. Aos poucos foi aparecendo o interesse em participar do MasterChef e, em um dia de coragem, mandou a inscrição. “Sou bem fechado, não falo muito da minha vida e foi difícil criar coragem. Mas adoro correr riscos e decidi participar”, explica.
Na cozinha do talent show, teve a chance de escolher qual molho clássico gostaria de preparar na primeira prova da noite. Em homenagem à família, escolheu bolonhesa e, embora não tenha sido o melhor, conseguiu avançar para a parte dois, em que encantou ao reproduzir katsu de porco com cogumelos.
Elogiado pelos jurados, a pressão foi embora e deu lugar a um mix de sensações que ainda vivem no coração do vencedor. “Quando entrei na cozinha, parecia que eu estava em um parque de diversões. Lá existe um clima de magia. Minhas pernas ficaram bambas, a garganta seca, foi muita emoção e felicidade.”
Para o engenheiro, ganhar foi como viver o conto de fadas perfeito, só que no mundo real. Agora, o campeão estuda uma maneira de levar a conquista para o cotidiano e transformar a paixão pelos alimentos em carreira. “É hora de deixar a adrenalina passar e tentar abrir um negócio com pães, que é algo que me dá muita alegria. Vencer aumentou a minha confiança, é uma chancela bonita, boa e honrosa”, celebra. Já queremos visitar essa lojinha, Ronaldo!