Assistir ao MasterChef comendo pipoca com os amigos foi uma tradição por muito tempo na vida da fotógrafa Rafaela, 24 anos. Nesta terça-feira, 15, o jogo virou e ela foi escolhida pelos jurados do talent show como a melhor cozinheira amadora da noite. Entre as muitas sensações da vitória, ganhar todos os prêmios e poder equipar sua cozinha teve valor especial.
Por causa da pandemia, a paulista e o namorado, Gabriel, tiveram que se mudar para a casa da sogra. Autônomos, eles viram todos os trabalhos sumirem nos últimos meses e manter uma casa ficou complicado. Questões de espaço os fizeram vender vários eletrodomésticos que fazem falta desde então. “Eram coisas que a gente tinha demorado muito pra conseguir. Estava precisando e agora consigo recuperar, tenho até forno”, celebrou, em entrevista ao Portal da Band.
Nascida em Adamantina, no interior de São Paulo, a cozinheira amadora é formada em jornalismo e fez faculdade em Mariana (MG). Por quatro anos, fazia estágio e trabalhava em um restaurante como atendente para conseguir se manter. No tempo livre, inspirada pelo programa e pelo que via na cozinha do trabalho, começou a ousar nas panelas.
Com pouco dinheiro e a vida corrida, ela conta que a maioria de suas refeições era no trabalho ou no restaurante universitário. Quando tinha a chance de cozinhar algo legal, reunia todos os amigos. “Fazer isso era um prazer. Como em casa não tinha muitos pratos ou potes, já comemos bolo na tábua de carne, hambúrguer na mão e macarrão, quando fazia, um usava o prato, comia e passava para o outro”, recorda.
Quem viu seu desempenho no MasterChef, no entanto, nem imagina que se dedicar na cozinha nem sempre foi um prazer. Aos 15 anos, quando tinha que preparar seu almoço e das irmãs, reclamava. Tudo mudou recentemente: “Há dois anos, passei a pensar na gastronomia como algo profissional. Em 2018, me mudei de Minas para São Paulo e decidi ir além do hobby. Até então nunca tinha pensado em me inscrever no programa, mas, no último ano, me dediquei exclusivamente a isso.”
Para a fotógrafa especializada em alimentos, empratamento é coisa séria. E apesar de ter vencido, saiu chateada com a aparência dos pratos. “Não fiquei orgulhosa. Estava nervosa e, apesar de confiar no sabor, preciso ganhar mais experiência e evoluir neste quesito”, observa. “Sempre existe o desejo de ganhar, mas não esperava. Ainda não estou acreditando, será que ouvi certo?”, brinca.
De agora em diante, estudar muito e se tornar especialista, nos pratos e nas fotos, é o objetivo da paulista. “Vou me dedicar a isso de um jeito mais fácil e, com mais experiência, vou melhorar e evoluir. Vencer me deu mais confiança para de fato investir nisso. É uma alegria e dedico tudo à minha mãe. Se estou aqui é pelos esforços dela.” Parabéns!