O Brasil é um grande produtor de leite de origem animal e a produção de leite zero lactose vem ganhando espaço cada vez mais no mercado. Mas, afinal, como se produz leite zero lactose?
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite: por aqui, são 34 bilhões de litros produzidos por ano e, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 98% dos municípios brasileiros têm alguma produção leiteira. Esse número é referente a todos os tipos de leite de origem animal, como bovinos, caprinos e ovinos, incluindo o leite zero lactose.
Como é a produção do leite zero lactose?
O que torna o leite zero lactose não é a produção em sim, mas a adição de uma enzima chamada lactase (ou beta-D-galactosidae) no processo de beneficiamento industrial. A lactase provoca uma hidrólise no leite (reação química de quebra de ligação de uma molécula a partir da adição de uma molécula de água). Nesse processo, a lactose do leite resulta em glicose e galactose. E, por isso, os leites zero lactose costumam ser mais adocicados.
O que é lactose e para que ela serve?
A lactose é um carboidrato que dá o gosto adocicado ao leite de origem animal e ao consumir esta molécula, o intestino humano começa a produzir bactérias benéficas à digestão.
Quando o leite com lactose é ingerido pelos seres humanos, a molécula é transformada em energia pelo organismo, para abastecer as células, mas para que isso aconteça, a lactose precisa ser quebrada em duas partes menores no intestino para ser absorvida. Como ocorre com a hidrólise, a lactose é transformada em galactose e glicose, e a responsável por essa quebra é a enzima lactase.
No entanto, algumas pessoas não produzem lactase no organismo e, por isso, têm desconfortos digestivo quando ingerem o leite natural. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, até 40% das pessoas não produzem lactase e, às vezes, a produção pode parar na fase adulta da vida.
Leite zero lactose e leite A2A2 são a mesma coisa?
Não, são tipos de leite diferentes. O tipo de leite mais comum no mercado brasileiro é o do tipo “A1A2”, produzido por vacas que possuem as proteínas beta-caseína A1 e beta-caseína A2. O leite A2A2 é proveniente de animais selecionados, que possuem apenas a proteína A2. Portanto, o leite dessas vacas possui apenas a beta-caseina A2, que causa menos desconforto em pessoas que não produzem lactase no organismo.
Quais as raças bovinas mais indicadas para produção de leite?
No Brasil, há uma predominância de vacas da raça holandesas para a pecuária leiteira, mas também utiliza-se muito as raças Jersey, Gir e Girolando, que é um cruzamento das raças Holandesa e Gir.
No ano passado, uma vaca brasileira chamada Marília, da raça Girolando, entrou para o Guiness Book como a maior produtora de leite do Brasil, com 127,6 quilos de leites tirados em três ordenhas em um dia.
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