Com o toque de um sino, pacientes diagnosticados com câncer poderão anunciar o fim do tratamento no Hospital Infantil Varela Santiago. Chamado de ‘Sino da Vitória’, o projeto – pioneiro no Rio Grande do Norte – foi lançado na última sexta-feira (17) com a presença do diretor superintendente, Dr. Paulo Xavier Trindade; o coordenador do serviço de onco-hematologia do HIVS, Dr. Wilson Cleto; a médica hematologista Dra. Zélia Fernandes e a Oncologista e Hematologista Infantil, Luciana de Aguiar Corrêa.
O objetivo do Sino é que os pacientes compartilhem o momento de despedida do tratamento e incentivem aqueles que ainda lutam contra a doença. “O Sino da Vitória representa o final de um ciclo dos pacientes dentro do hospital, uma mudança. Quando eles terminam a quimioterapia, muitas vezes prolongadas, tratamentos como da leucemia linfoide aguda de dois anos e meio, e aí esse Sino vem para selar o final do tratamento e o início de uma fase cheia de esperança que é o pós-quimio”, explica dr. Wilson.
Na cerimônia, o paciente oncológico toca um sino que simboliza as experiências vividas e a vontade de seguir em frente. O ato significa comemorar cada vitória alcançada em cada etapa do tratamento. Em outras palavras, tocar o sino significa celebrar a vida. Dessa forma, familiares e amigos podem festejar os momentos importantes e demonstrar seu apoio e carinho ao paciente, além de tornar o ambiente hospitalar mais humanizado e acolhedor.
As enfermeiras oncológicas Camila Dantas e Thamyres Araújo foram as idealizadoras do projeto no HIVS. Segundo elas, após pesquisas e achar referências em todo o Brasil e até internacionalmente, se chegou a ideia de implantar na instituição. “A gente se incomodava de não conseguir fazer muita coisa no último dia do tratamento dos nossos pacientes e aí achamos essa inspiração. Ele é o símbolo da finalização do tratamento, não a cura (pois eles têm a cura depois dos 5 anos), mas é a parte simbólica, a gente conseguir comemorar e dar esperança, fé e força. É um momento muito especial, emocionante”.
Os pacientes José Carlos, Bianca Avelino e Yuri Moises tiveram a honra de tocar o sino no dia da inauguração. Os três vibraram muito e emocionaram a todos que participaram da solenidade. O badalar do sino também é um incentivo para outros pacientes, pois acaba motivando-os a persistirem e finalizarem o tratamento, pois causa neles uma satisfação ao presenciar conquistas dos colegas. “É para eles dizerem: eu lutei, consegui. Estou aqui para contar história e os outros se espelharem que podem também”, acrescenta Camila.
A Cerimônia do Sino teve origem nos Estado Unidos (EUA), no Hospital M. D. Anderson Cancer Center, um centro de referência em tratamento oncológico. A tradição iniciou-se em 1996, quando o Almirante da Marinha dos EUA Irve Le Moyne, um paciente com câncer na região de cabeça e pescoço, doou um sino para o setor de radioterapia, para comemorar o final do tratamento radioterápico. Muitos centros oncológicos ao redor do mundo também passaram a ter o sino.