Um novo modelo de urna eletrônica vai ser utilizado durante as eleições de 2022 em todo o Brasil. O equipamento foi modernizado e muitos recursos de acessibilidade foram adicionados. A nova urna eletrônica, apresentada como modelo de 2020, é a principal novidade das eleições de 2022. O equipamento vai substituir o modelo de 2015 e vai ser utilizado pela primeira vez este ano. A expectativa dos Tribunal Regionais Eleitorais (TREs) é que as novas urnas promovam mais segurança, transparência e acessibilidade para os eleitores.
“A nossa expectativa é que a gente tenha poucos defeitos com esse equipamento novo. A gente espera mais velocidade no encerramento da urna, na hora da gravação dos dados, e que não precise trocar muitas urnas no momento da votação”, afirmou Michel Kovacs, secretário de Tecnologia da Informação do TRE-RJ.
Os equipamentos de 2020 fazem parte do 13° modelo de urna eletrônica no Brasil. O país criou as máquinas em 1996 e renovou as características e recursos do equipamento em 1998, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015. Atualmente, existem mais de 500 mil urnas eletrônicas no parque eletrônico brasileiro.
No Rio de Janeiro, entre as cerca de 42 mil urnas disponíveis para a Justiça Eleitoral fluminense, 38,96% vão ser composta pelo novo modelo. Os demais equipamentos vão continuar sendo modelos anteriores.
O que mudou?
As mudanças nas urnas eletrônicas acontecem em dois aspectos: no modelo e no sistema utilizado pelas máquinas. As modificações do sistema vão ser aplicadas nos modelos anteriores, enquanto as do modelo são específicas para os novos equipamentos.
Todas as urnas agora vão contar com mais acessibilidade para os eleitores. Pessoas com deficiência visual vão poder ouvir o nome dos suplentes dos candidatos e a sintetização da voz também foi melhorada passando a pronunciar melhor nomes fonéticos. Uma assistente de libras também vai estar disponível na tela do equipamento indicando qual cargo está em votação naquele momento e os candidatos escolhidos pelo eleitor.
Com relação ao modelo de 2020, as mudanças já começam na disposição do teclado, que antes ficava do lado direito, agora fica embaixo da tela. O equipamento utilizado pelos mesários também foi atualizado e passou a ser sensível ao toque.
O processador da urna passou a ser 18 vezes mais rápido que o do modelo antigo e a bateria do equipamento tem mais vida útil e exige menos custos de conservação. Os TREs também vão poder gerar as mídias mais rapidamente devido a flexibilidade logística, causada pelo sistema do tipo “pen drive”.
Além das mudanças no hardware do equipamento, também foi criado um temporizador para evitar que as pessoas votem apressadamente e errem o número dos candidatos. Antes de confirmar o voto, as pessoas devem visualizar uma mensagem de “confira seu voto” que vai aparecer na tela e a confirmação só vai ser possível depois dessa notificação. O tempo de espera ainda está em testes pelas autoridades eleitorais.
O que não mudou?
As urnas eletrônicas continuam não sendo conectadas a nenhum tipo de rede, internet ou bluetooth. A segurança do equipamento é garantida por termos de criptografia, assinatura e resumo digitais. Os únicos programas capazes de funcionar na máquina são aqueles criados pelo Tribunal Superior Eleitoral e pela Justiça Eleitoral.
A impressão da “zerésima”, comprovante que mostra que não existem votos registrados na urna no início da votação, também vai continuar acontecendo. Algumas urnas também passam por um teste de integridade no dia da votação. Além disso, a Comissão de Transparência das Eleições (CTE) pode fiscalizar as urnas antes, durante e depois das eleições.
O sigilo da votação continua sendo comprovado pelo Registro Digital de Voto (RDV), que embaralha as informações sobre os votos em uma tabela. O código-fonte responsável por essas funções vai ser trancado na sala-cofre do Tribunal Eleitoral e inspecionado por representantes de partidos, entidades públicas e universidades.
O som tradicional emitido quando a votação é terminada também foi mantido pelas autoridades eleitorais. Logo, após ouvir o “tilili”, o voto foi confirmado.
“O modo de votar não ficou diferente, é aquele mesmo modo que a população está acostumada. A Justiça Eleitoral se preocupa em manter um certo padrão para a população não chegar na hora de votar e estranhar aquele modelo de urna. As mudanças estéticas são muito poucas”, concluiu Kovacs.
Eleições 2022
As eleições de 2022 vão decidir os novos representantes para os cargos de deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da república. O primeiro turno das eleições está marcado para o dia 2 de outubro e o segundo turno para o dia 30 de outubro e acontece simultaneamente em todo o Brasil.
Agência Brasil