O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender a anistia aos presos de 8 de janeiro de 2023, em um novo ato para apoiadores, dessa vez, na Avenida Paulista em São Paulo. Além de parlamentares da oposição e governadores, estiveram presentes a mãe e a irmã da cabeleireira Débora Rodrigues, ré acusada por participar dos ataques às sedes dos Três Poderes e que está em prisão domiciliar, após dois anos presa por ter pichado a estátua da Justiça com um batom.
“Só um psicopata para falar que aquilo que aconteceu foi uma tentativa armada de golpe militar. Eles (STF) já formaram maioria para condenar a uma pena absurda um pipoqueiro e um sorveteiro por golpe de estado armado”, disse Bolsonaro.
Sobre o caso usado por Bolsonaro, ele também fez menção ao caso lendo em inglês, em tentativa de chamar a atenção internacional para o tema. Bolsonaro afirmou que “popcorn and ice cream sellers sentenced for coup attempt in Brazil” (“pipoqueiros e sorveteiros são condenados por golpe de Estado no Brasil”, em português)
Em um discurso de quase 30 minutos, o ex-presidente também afirmou que seria preso, se estivesse no Brasil em 8 de janeiro e voltou a dizer que foi prejudicado na campanha de 2022, em referência ao Judiciário. O ex-presidente citou o ministro do STF Alexandre de Moraes ao lembrar a viagem do magistrado a São Paulo, com uso do avião da FAB, às vésperas da final do Campeonato Paulista. “Tem que fazer que nem eu e viajar em voo de carreira”,
O ex-presidente negou ainda que vá fugir, depois de ter se tornado réu, acusado de envolvimento na tentativa de golpe, e disse ter esperança de receber ajuda de fora, ao citar o filho Eduardo Bolsonaro. “Hoje, faltou um filho meu aqui, o 03, que fala inglês, espanhol, árabe. Tem contato com pessoas importantes no mundo todo e está lá nos Estados Unidos”, afirmou.
O ato deste domingo (06) teve a participação da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, de parlamentares da oposição e mais sete governadores: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Jorginho Mello (PL-SC), Mauro Mendes (União-MT) e Wilson Lima (União-AM). Ao discursar antes de Bolsonaro, o governador paulista também falou aos manifestantes e defendeu a proposta de anistia. “É uma pauta política, humanitária e urgente porque precisamos pacificar o Brasil, discutir o que interessa. Pedir anistia não é heresia. É algo justo, real e importante. Quero prisão sim, mas para assaltante, para quem rouba celular, para quem invade terra, propriedade privada e para o corrupto”, destacou Tarcísio.
A manifestação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em São Paulo começou por volta das 14h e foi organizado pelo pastor Silas Malafaia. Esse foi o primeiro protesto do tipo, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia contra o ex-presidente e outras sete pessoas, acusados de tentativa de golpe em 2022.
Fonte: Band Jornalismo.