Quando pisou no MasterChef pela primeira vez, em julho, Anna Paula fez história ao apresentar um hambúrguer gigante que viralizou nas redes sociais e virou até meme pelo tamanho GG. Na época, ao vencer o programa com a receita, a paulista creditou à “sorte” o motivo da vitória. Nesta terça-feira, 29, no entanto, Anna voltou à competição para a ‘Grande Final’ do ano e mostrou que tem talento de sobra e que é a melhor cozinheira amadora de 2020.
Vencer o talent show foi um marco para a arquiteta que, por muito tempo, teve vergonha de assumir a gastronomia. “Ficava com uma pulga atrás da orelha, pensava que tinha estudado tanto e que já tinha uma profissão. Me questionava: o que as pessoas vão achar? O que será que vão falar? Eu tinha medo de me assumir cozinheira. Tratava isso como sendo algo menor, mas não é”, contou com exclusividade ao Portal da Band.
Consagrada pelos jurados como a grande campeã da sétima temporada, Anna disputou com outros 22 cozinheiros que também venceram episódios ao longo do ano. Na prova decisiva da noite, em que mostrou seu refogado de camarão com chuchu ao molho de moqueca aos chefs, não restaram dúvidas: o brilho no olhar e os elogios do trio foram incomparáveis.
Aos 50 anos, participar do programa mudou as perspectivas da paulista para seu futuro profissional. “Transformou a minha confiança em mim mesma. Cozinhando em casa, eu recebia elogios, mas nada se compara a ter a chancela de três renomados profissionais que já viram e comeram de tudo. Mudou a minha autoestima”, revelou. “Quero esperar a ficha cair e estruturar um espaço para trabalhar com delivery de comida em casa.”
Apesar de realizada quando está com o avental no corpo e as panelas no fogão, ela revela que voltar à competição foi um ato de coragem. “Já tinha sido consagrada no meu episódio e retornar é correr o risco de levar bronca. Não interessa o que você fez antes, precisa cozinhar bem naquele momento. Pra mim, o que mais pega é o controle emocional, você precisa estar centrado, fazer o seu e não prestar atenção nos outros.”
Mesmo com a teoria na cabeça, na cozinha do programa o nervosismo ganhou forma, refletindo na participante um misto de entusiasmo e apreensão. “Antes de entrar, estava muito nervosa, não conseguia nem falar. Quando cheguei na bancada, não enxergava nada além do que estava fazendo. Por um momento, achei até que não conseguiria entregar o prato. Me confundi, fiquei ansiosa e precisei de esforço para me concentrar”, analisa.
Quando seu nome foi enfim pronunciado por Henrique Fogaça e o sonho se tornou realidade para a cozinheira amadora, não podia sentir coisa melhor. “A sensação dos elogios ao apresentar o meu prato foi a melhor do mundo. Tudo ficou do jeitinho que eu queria. Ganhei a chance de me reinventar e de viver algo impressionante.”
Mãe solo, Anna dedica o troféu à filha, Clara, de 17 anos, e a todas as mulheres que são mães e pais. “Elas batalham muito e não é fácil trabalhar fora, lidar com a criação dos filhos, com o cuidado da casa e ainda não ter a opção de estar cansada e dividir a responsabilidade. Todas essas mulheres são incríveis e podem fazer o que quiserem.” Parabéns, Anna!