O juiz José Armando P. Dias Junior, titular da 2ª Vara Criminal da Comarca de Natal, mandou soltar o PM reformado Wendel Fagner Cortez de Almeida, mais conhecido como Wendell Lagartixa (que é candidato a deputado estadual pelo PL no Rio Grande do Norte), e ainda anulou o mandado de prisão expedido contra o ex-PM João Maria da Costa Peixoto, o “João Grandão”, ambos denunciados pelo Ministério Público Estadual por participação em um triplo homicídio ocorrido em abril deste ano na Zona Norte de Natal.
Além de Wendell Lagartixa e João Grandão, o MP ainda denunciou o sargento da PM Francisco Rogério da Cruz, e um quarto suspeito, identificado como Roldao Ricardo dos Santos Neto, que também deverão ser postos em liberdade por decisão do magistrado.
A sentença que determina a expedição dos alvarás de soltura para os denunciados foi proferida na manhã desta quinta (15). Na decisão, o juiz acatou em parte a denúncia feita pelo MP, ou seja, ele acatou as denúncias de participação dos suspeitos nas três mortes e tentativa de homicídio de outras três pessoas, mas descartou que eles tenham formado um grupo de extermínio ou milícia privada. Desta maneira, o magistrado entendeu que não há a necessidade de manter os denunciados presos, podendo os mesmos responder pelas acusações em liberdade.
O triplo homicídio
Yago Lucena Ferreira, Rommenigge Camilo dos Santos e Felipe Antoniere Araújo foram mortos a tiros no dia 29 de abril deste ano, dentro de um bar no bairro da Redinha, na Zona Norte da capital potiguar.
Além de matarem os três homens, o MP afirma que o grupo de extermínio ainda tentou assassinar mais três outros homens que estavam no local. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o ajudante de cozinha Yago Lucena Ferreira e o ajudante de pedreiro Felipe Antoniere Araújo foram mortos por motivo torpe por “queima de arquivo”, simplesmente porque testemunharam a morte de Rommenigge Camilo dos Santos, alvo principal do grupo criminoso.
Os crimes foram cometidos por volta das 14h do dia 29 de abril passado, na rua Rio Salgado. Além dos quatro denunciados, constatou-se a participação de um quinto criminoso, que ainda não foi identificado.
Toda a ação criminosa do grupo durou apenas cerca de 27 segundos, segundo registrado pelas câmeras de segurança do bar onde os assassinatos foram cometidos. Os assassinos ainda trocaram de roupas e de carros logo após as mortes com o objetivo de dificultar as investigações.