A Justiça de Pernambuco homologou, na última sexta-feira (7), o plano de Recuperação Judicial do Grupo João Santos, fabricante do Cimento Nassau. Com a decisão, a empresa anuncia novos passos para sua reestruturação, incluindo a venda de ativos imobiliários e a reabertura de mais uma fábrica de cimento.
Desde o início do processo de recuperação, em 2022, duas fábricas foram reativadas. Atualmente, quatro unidades estão em funcionamento e mais duas reaberturas estão previstas, sendo uma ainda este ano e outra em 2025.
Venda de ativos e pagamento de dívidas
Para viabilizar a retomada, o Grupo pretende arrecadar aproximadamente R$ 920 milhões com a venda de ativos imobiliários considerados não essenciais ao seu principal negócio. A maior parte desses imóveis pertence à Companhia Agroindustrial de Goiana (CAIG), proprietária da Usina Santa Tereza, localizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco.
Os recursos serão utilizados para quitar 100% dos créditos trabalhistas de 20.592 funcionários e ex-funcionários e para pagar 50% dos créditos de outros 944 trabalhadores. Além disso, o Grupo tem dois anos para liquidar suas dívidas com fornecedores e para honrar os compromissos assumidos em acordos financeiros com a gestora ARC Capital e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Expansão e investimentos
Outra medida importante será a reabertura da fábrica Itacimpasa, em Itaituba (PA), localizada a 900 km de Belém. Com os investimentos, a unidade deverá gerar pelo menos 300 novos empregos.
O Grupo também avança na renegociação de suas dívidas tributárias estaduais. Até o momento, em seis estados – Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Norte – houve redução de passivos fiscais em R$ 414,5 milhões. Em dois estados, a empresa voltou a receber benefícios fiscais após a renegociação.
Futuro do Grupo João Santos
Com as medidas de recuperação em andamento, o Grupo João Santos busca consolidar sua reestruturação financeira e industrial, retomando seu prestígio no setor cimenteiro. Atualmente, a produção está concentrada nas unidades de Cachoeiro do Itapemirim (ES), Codó (MA), Capanema (PA) e Mossoró (RN), o que resultou em um faturamento superior a R$ 1 bilhão em 2024.
De acordo com os copresidentes Nivaldo Brayner e Guilherme Rocha, a empresa está comprometida com a manutenção do legado e crescimento do Grupo, contribuindo para a economia do Nordeste e do Brasil.