A Liga Contra o Câncer foi a segunda instituição que mais incluiu pacientes para participar do Mapa Genomas Brasil. O projeto de mapeamento genético é realizado pela BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), que reúne as principais instituições de saúde do país.
“A Liga foi procurada pela Beneficência Portuguesa de São Paulo há cerca de um ano e meio para recrutar pacientes para participar do projeto. O SUS não financia teste genético, que é indispensável para conhecer algumas condições, como mutações que pedem tratamentos específicos”, explica Kleyton Medeiros, gerente de pesquisa da Liga.
De acordo com Bruna Coelho, enfermeira gestora de dados da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o projeto está atualmente no fim da primeira fase. “Foram incluídos 54 pacientes da Liga, além de dois familiares de cada. No segundo semestre os pacientes recebem o relatório e o aconselhamento genético, que podem nortear condutas e uma vigilância mais ativa. Em seguida, acontece a fase de qualificação de profissionais e dos centros de atenção básica”, explica.
O recrutamento aconteceu entre pacientes diagnosticados com câncer de mama, colorretal e de próstata com indicação de abordagem cirúrgica sem outros tratamentos prévios. Foram coletados fragmentos do tumor e amostras de sangue, que foram encaminhados para o laboratório Fleury, de São Paulo, onde acontece o sequenciamento genético. Em todo o país, foram 273 pacientes participantes do programa.
“Esse é um projeto bastante inovador em muitos sentidos e insere a medicina de precisão no SUS, trazendo o exame de sequenciamento do genoma completo (WGS), que analisa variações patogênicas de todos os tipos de doença e gera um banco de dados no tocante do estilo de vida e do perfil genético para a elaboração de estratégias de saúde”, afirma Bruna.
Pesquisa clínica
Maior instituição de saúde do Rio Grande do Norte, a Liga Contra o Câncer é referência em pesquisa clínica na área de oncologia. Entre 2 e 6 de junho deste ano, a instituição participou do Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que reuniu cerca de 40 mil profissionais de vários países. A Liga foi representada pelas médicas oncologistas Danielli Matias e Andrea Juliana.
No evento foram apresentados resultados de estudos sobre novas abordagens de tratamento do câncer, pesquisas clínicas e atualizações sobre medicamentos e cuidados. “O encontro debateu avanços terapêuticos nos mais diversos tipos de câncer. Entre as principais novidades estão um tratamento para gliomas de baixo grau que conseguiu aumentar a sobrevida livre de progressão desses pacientes. Para nós, da Liga Contra o Câncer, é um orgulho, alegria e responsabilidade contribuir como instituição de pesquisa participante em vários dos trabalhos apresentados nessa edição do ASCO”, afirma Andrea Juliana.
Entre as várias pesquisas apresentadas estão os resultados do estudo Keynote 671, que contou com a participação de profissionais e pacientes da Liga Contra o Câncer. “É um estudo de relevância mundial com resultados positivos, mostrando uma sobrevida livre de eventos para os pacientes que fizeram quimioterapia e imunoterapia antes da cirurgia. Isso tem uma importância gigantesca para a prática da cirurgia torácica”, explica Danielli Matias.