O Hamas libertou o primeiro grupo de reféns israelenses após o acordo entre o grupo terrorista e Israel, segundo a imprensa local. A trégua de quatro dias na Faixa de Gaza começou às 2h desta sexta-feira (24).
No grupo de 13 pessoas há mulheres e crianças, todos com nacionalidades israelenses. Segundo o jornal The Time Of Israel, essas pessoas foram entregues para a Cruz Vermelha e estão sendo encaminhadas para o sul da Faixa de Gaza, até a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.
A libertação de 13 reféns é a primeira de quatro etapas previstas. O Hamas concordou em libertar cerca de 50 reféns durante os quatro dias da trégua com Israel – todos crianças e mulheres. As partes concordaram que o grupo terrorista poderá eventualmente libertar mais reféns, em troca de uma extensão do cessar-fogo por mais um dia por cada 10 reféns israelenses.
Os reféns libertados fazem parte de um pequeno grupo entre cerca de 240 sequestrados na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, quando três mil terroristas liderados pelo Hamas mataram 1,2 mil pessoas no sul de Israel.
Israel deverá libertar 150 prisioneiros palestinos detidos, todos eles mulheres e menores, em troca dos 50 israelenses. A expectativa que Tel Aviv faça a soltura de 39 pessoas em troca do regresso dos primeiros 13 israelitas.
“Os esforços de mediação do Egito resultaram na libertação de 12 reféns tailandeses e 13 israelenses, incluindo mulheres e crianças, detidos pelo Hamas”, disse o chefe do Serviço de Informação do Estado do Egito, Diaa Rashwan, em comunicado.
Reféns da Tailândia
O primeiro-ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, anunciou que o governo do país recebeu a informação de que 12 reféns tailandeses sequestrados na Faixa de Gaza pelo Hamas foram libertados nesta sexta-feira (24).
Segundo o político, funcionários da embaixada tailandesa estão a caminho para buscá-los na região do conflito.
“Foi confirmado pelo Departamento de Segurança e pelo Ministério das Relações Exteriores que há 12 reféns tailandeses já libertados. Funcionários da Embaixada estão a caminho para buscá-los em outra hora. Seus nomes e detalhes devem ser conhecidos. Fique atento”, disse o premiê tailandês Srettha Thavisin nas redes sociais.
Os reféns tailandeses libertados não fazem parte do acordo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A expectativa é que pelo menos 13 reféns israelenses sejam libertados ainda nesta sexta-feira.
Detalhes do acordo
Os dois lados concordaram com uma trégua de quatro dias para que 50 reféns, mulheres e menores de 19 anos, possam ser libertados em troca de 150 mulheres e adolescentes palestinos detidos em Israel.
Os 50 reféns – que estão entre os cerca de 240 sequestrados pelo Hamas durante seu ataque em 7 de outubro a Israel – deverão ser libertados em grupos, provavelmente cerca de uma dúzia por dia, durante o cessar-fogo de quatro dias.
Um primeiro grupo de 39 crianças e mulheres palestinas de prisões israelenses será liberto nesta sexta-feira, enquanto o Hamas libertará um grupo de 13 reféns, segundo informações da televisão estatal egípcia Al Qahera News.
Isso está conforme a proporção acordada de três palestinos liberados para cada refém liberto, o que foi confirmado nesta quinta-feira pelas Brigadas al-Qasam, o braço armado do Hamas.
As partes do acordo qualificaram a interrupção das hostilidades como “uma pausa humanitária”. Israel afirmou que a trégua será prorrogada por um dia a cada lote adicional de 10 reféns libertados.
O Hamas disse que Israel concordou em interromper o tráfego aéreo no norte de Gaza, das 10h às 16h (horário local) em cada dia da trégua e suspender todo o tráfego aéreo sobre o sul do enclave durante todo o período. O grupo disse que Israel concordou em não atacar ou prender qualquer pessoa em Gaza e que as pessoas poderão circular livremente ao longo da Salah al-Din, principal via usada pelos palestinos para fugirem do norte de Gaza, onde Israel lançou a sua invasão terrestre.
Implementação do acordo
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha trabalhará em Gaza para facilitar a libertação dos reféns, informou o Catar. É esperado que os reféns sejam transportados através do Egito, o único país, além de Israel, a ter fronteira com Gaza.
Durante a trégua, caminhões carregados com ajuda e combustível devem atravessar a fronteira para Gaza, onde 2,3 milhões de pessoas sofrem com escassez de comida e muitos hospitais fecharam parcialmente porque já não têm combustível para os seus geradores.
O Catar disse que o cessar-fogo permitiria um “maior número de comboios humanitários e ajuda humanitária” entrem em Gaza, incluindo combustível, mas não deu detalhes sobre as quantidades.
Israel cortou todas as importações de combustível no início do conflito, causando um apagão em todo o território e deixando casas e hospitais dependentes de geradores.
O braço armado do Hamas disse nesta quinta-feira que 200 caminhões de ajuda e quatro caminhões de combustível entrariam diariamente em Gaza.
Quem negociou o acordo?
O Catar desempenha um importante papel de mediação. O Hamas tem um escritório político em Doha, e o governo do Catar manteve canais de comunicação abertos com Israel, embora, ao contrário de alguns outros países árabes do Golfo, não tenha normalizado os laços com Israel.
Os Estados Unidos também têm um papel crucial, com o presidente americano, Joe Biden, tendo conversado com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa al-Thani, e Netanyahu nas semanas que antecederam o acordo.
O Egito, o primeiro Estado árabe a assinar um acordo de paz com Israel e que desempenha um papel de mediação ao longo das décadas de conflito entre Israel e palestinos, também esteve envolvido.
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