O senador Renan Calheiros (MDB-AL) falou ao vivo na BandNews FM sobre os próximos passos da CPI da Pandemia no Senado após o depoimento dos irmãos Miranda, que inaugurou “nova fase” da comissão. A CPI tem 90 dias de duração e Calheiros espera que os integrantes concluam as investigações dentro do prazo, mas o relator admitiu a possibilidade da prorrogação.
“Estamos nos deparando com boicotes do governo na liberação de informações no acesso à documentação do Ministério da Saúde e com a obstrução diária para não deixar que as testemunhas falem livremente. Muitas delas são intimidadas, como aconteceu com o deputado Luis Miranda e seu irmão. Isso tudo leva-nos a admitir, a partir de agora, a possibilidade de haver um prorrogação”, explicou o senador.
Ele ainda garantiu que o deputado Ricardo Barros (PP-PR), apontado pelos irmãos Miranda como pivô do suposto esquema irregular na importação da vacina indiana Covaxin, será convidado a prestar esclarecimentos à CPI. O líder do governo na Câmara não será obrigado a comparecer. A votação do requerimento de convite será na próxima terça-feira (29).
De acordo com o relator, os integrantes da comissão esperam que “outras pessoas relevantes” compareçam à CPI para prestar depoimento sobre a compra da Covaxin e suposto caso de corrupção no Ministério da Saúde. “A CPI vai aprofundar a investigação em seus trabalhos. (…) É uma coisa escandalosa mesmo”, disparou Calheiros.
O senador voltou a ameaçar o ministro Onyx Lorenzoni, dizendo que se ele voltar a intimidar depoentes, a CPI vai pedir a prisão dele ao STF. Onyx, aliás, será convocado a prestar esclarecimentos, também. Renan Calheiros disse que, embora a lei impeça que a CPI convoque diretamente o presidente Bolsonaro, a comissão pode encaminhar perguntas para que o chefe do executivo responda por escrito.
Depoimento dos irmãos Miranda
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, afirmaram durante sessão da comissão realizada na última sexta-feira (25) que comunicaram o presidente da República sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Segundo eles, Bolsonaro teria ignorado as denúncias e, além disso, citado o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, ao ouvi-los sobre o esquema suspeito da importação da Covaxin.