O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), admitiu nesta segunda-feira (28) a possibilidade de convocar o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) para depor ainda nesta semana.
Barros foi citado na última semana, durante o depoimento do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), com um dos envolvidos em irregularidades no processo de compra da vacina Covaxin. Nas palavras de Miranda, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sabia do envolvimento de Barros no processo.
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Nos próximos dias, a CPI quer ouvir Barros. Além dele, os senadores querem o depoimento de um servidor público identificado como Rodrigo, que era chefe de Luís Ricardo Miranda (irmão do deputado) no Ministério da Saúde. Rodrigo teria informado a colegas do ministério a respeito de gestores em busca de propina na compra de vacinas.
“Os dois seriam ouvidos na sexta-feira”, informou Aziz em entrevista à BandNews TV.
Segundo o senador amazonense, a comissão deve apurar ainda a ligação entre Eduardo Pazuello, ex-ministro da saúde, e outros envolvidos na negociação de compra da Covaxin.
“A senadora Simone (Tebet, MDB-MS) pediu uma acareação entre o ministro Pazuello e outras pessoas que estão nesse contexto da Covaxin”, informou.
Omar Aziz ainda fez duras críticas à declaração dada hoje por Bolsonaro a apoiadores, dizendo que não tem como saber o que acontece nos ministérios. Para o senador, a partir do momento em que foi informado a respeito de irregularidades na negociação, Bolsonaro optou por não investigar.
“Falava-se que a CPI ia dar em pizza, não ia dar em nada. Era mais uma CPI para querer prejudicar o presidente. Hoje, o presidente disse que não tinha como saber o que acontece no ministério. Presidente, não faça isso. O senhor foi avisado por deputados o que estava acontecendo no ministério três, quatro, cinco meses atrás. Se não tomou providências é porque não quis. Não cola”, disse.
“Impossível o presidente saber o que se passa dentro do ministério. Mas a partir do momento em que o presidente é informado que está tendo alguma coisa, qual é o papel dele? É investigar. Ele não o fez”, completou.