Em discurso ao lado de Vladimir Putin, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que sua passagem pelo Rússia é um “retrato para o mundo” de que as relações bilaterais entre o Brasil e o país podem “crescer muito”. Ele ainda disse ser solidário à Rússia, mas não especificou ao que se referia.
O encontro ocorreu em meio à tensão na região, com o temor de uma invasão russa na Ucrânia. Tanto Bolsonaro como Putin não fizeram citações diretas à crise.
“Somos solidários à Rússia. Muito a colaborar em várias áreas, como defesa, petróleo e gás, agricultura. As reuniões estão acontecendo. Tenho certeza que a passagem por aqui é um retrato para o mundo que podemos crescer muito nas nossas relações bilaterais”, disse Bolsonaro, antes da reunião.
Depois do encontro de quase duas horas, Bolsonaro voltou a se pronunciar ao lado de Putin, ocasião em que pediu paz no mundo. Os líderes não mencionaram o conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia, mas apenas relações bilaterais sobre economia, ciência e tecnologia e meio ambiente.
“Pregamos a paz e respeitamos todos aqueles que agem dessa maneira. Afinal de contas, esse é o interesse de todos nós, paz para o mundo”, discursou Bolsonaro ao final da fala.
Antes da viagem, Bolsonaro disse que o tema das conversas com Putin seria comercial, como a garantia do fornecimento de fertilizantes, além de negociações sobre defesa e tecnologia.
Já Putin lembrou que o comércio entre os países cresceu 84% e o Brasil é o maior parceiro comercial da Rússia na América Latina.
Ainda hoje, Bolsonaro tem um encontro com empresários. Amanhã, Bolsonaro visitará a Hungria, liderada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán.
Antes da reunião com Putin, Bolsonaro participou de uma cerimônia de aposição floral no Túmulo do Soldado Desconhecido, ponto histórico da capital russa. O evento ocorreu às 9h da manhã de hoje em Moscou (3h da manhã no horário de Brasília).
O presidente acompanhou militares russos, que carregavam uma coroa de flores com o desenho da bandeira brasileira, em uma homenagem a soldados e combatentes que prestaram serviços fora de sua terra natal.
A solenidade contou com uma marcha da Guarda de Honra russa e um minuto de silêncio em homenagens a soldados mortos em operações militares. A cerimônia faz parte do protocolo de visitas de chefes de Estado a outros países.