A perfuração de poços em águas profundas na margem equatorial, que marca o retorno da Petrobras ao Rio Grande do Norte, foi saudada pela governadora Fátima Bezerra ao receber a notícia de que o navio-sonda responsável pela perfuração do poço de Pitu Oeste partiu do Rio de Janeiro em direção à bacia potiguar.
O início da campanha de exploração pela Petrobras de novos poços localizados em águas profundas da margem equatorial terá impacto significativo no setor de petróleo e gás do Brasil, tendo como ponto de partida o Rio Grande do Norte. Pitu fica a 79 quilômetros da costa potiguar.
“Não é mais sonho, é realidade. É uma nova fronteira que se abre. Para o Rio Grande do Norte, significa um novo ciclo de investimentos que irá contribuir para a geração de emprego e renda e para o aumento da arrecadação do Estado e dos municípios”, disse a governadora, antes de uma reunião com a diretoria da Federação das Indústrias (Fiern) e de representantes da empresa Maersk sobre a reabilitação do Porto de Natal, outra pauta importante para desenvolvimento do estado.
Pitu Oeste é o terceiro poço da concessão BM-POT-17, cuja licença de operação foi emitida pelo Ibama. A previsão é de que o trabalho de perfuração dure de três a cinco meses. O último poço dessa concessão foi perfurado em 2015. No âmbito da mesma licença ambiental emitida pelo Ibama, a Petrobras planeja perfurar o poço Anhangá, próximo a Pitu Oeste.
O Plano Estratégico da Petrobras para o período 2024-2028 prevê investimentos de 3,1 bilhões de dólares em atividades exploratórias na Margem Equatorial que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá. “Esse esforço já dá a medida da confiança em que depositamos no potencial dessa faixa do litoral brasileiro, muito promissora e fundamental para garantirmos a segurança energética do país”, explicou Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
A retomada da exploração de petróleo em águas profundas é vista pelo presidente da Fiern, Roberto Serquiz, como um fator promissor para a economia potiguar. “Nós já percebemos um movimento muito favorável na região, onde onze empresas atualmente exploram os campos maduros, e há expectativa de exploração do campo Pitu Oeste, em águas profundas, com investimento inicial em torno de 300 milhões.” Segundo Serquiz, a produção em terra tende a aumentar com a reativação de 616 poços e a previsão de perfuração de mais 1.600.
A cadeia do petróleo era responsável por mais de 50% do PIB industrial do Rio Grande do Norte nos tempos em que a produção superava 100 mil barris/dia. O mercado estima que o petróleo tem atualmente um peso de apenas 13% na formação do Produto Interno Bruto potiguar, mas a tendência é que essa participação aumente com a entrada em operação de novos campos em terra concedidos à iniciativa privada e, agora, com a volta das atividades da Petrobras ao Estado.
Ambiente Promissor
A retomada das atividades da Petrobras amplia o horizonte de investimentos e geração de emprego e renda no Rio Grande do Norte impulsionado pelo Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (Proedi). Criado em 2019 para barrar a fuga de empresas, conter a perda de empregos e incentivar a interiorização do desenvolvimento, o Proedi tem atualmente 265 empresas cadastradas e um universo de 29.968 empregados.
“O Proedi é o melhor programa de incentivo à indústria da história do RN. É uma política de Estado e não de governo. Nos oito anos anteriores a 2019, perdemos 20 mil empregos. E o que estamos vendo hoje? Estamos vendo empresas que aqui já estavam instaladas aumentando seus investimentos; novos empreendedores locais e de fora, inclusive do exterior, fazendo investimentos em nosso Estado. E bom dizer que a indústria do Rio Grande do Norte foi a que mais cresceu no Brasil no primeiro semestre. Mais que a China”, destacou o secretário.
Sobre o horizonte promissor para a geração de empregos no RN, Jaime cita grandes projetos em andamento no interior do Estado que entrarão em funcionamento no curto prazo. “A mina de ouro de Currais Novos, que deve começar a operar daqui a dois anos, vai gerar mais de 700 empregos diretos; temos a fábrica de cimento dos espanhóis, com previsão para iniciar a produção em dois anos; a mina de ferro de Cruzeta começa a produzir no início de 2024, inclusive já está testando os equipamentos; a mina de ferro de Tangará, megainvestimento de um grupo indiano, levará três anos para operar, mas os investimentos já começaram há tempo. Em Currais Novos, os modernos equipamentos da fábrica de cimento estão sendo instalados. São muitos investimentos e muitos empregos. Temos um horizonte muito promissor”, informou o secretário.