Paradas lotadas, longas esperas e incerteza marcaram o início da greve dos motoristas do transporte público de Natal nesta quarta-feira (4). Apesar de uma determinação judicial que exige a circulação de pelo menos 70% da frota, o cenário observado nas ruas foi de escassez de ônibus e grande aglomeração de passageiros nos pontos da cidade.
A decisão judicial foi emitida pela Desembargadora Federal do Trabalho, Isaura Maria Barbalho Simonetti, que estabeleceu, em caráter liminar, que o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do RN (Sintro) garantisse o funcionamento mínimo de 70% da frota, dentro dos horários habituais. O descumprimento da medida pode resultar em multa diária de R$ 25 mil, aplicada ao sindicato e seus dirigentes.
Entretanto, segundo relatos de usuários, algumas empresas de ônibus liberaram apenas veículos intermunicipais para circulação, deixando diversas linhas urbanas sem atendimento.
Além da ausência de veículos suficientes, outra dificuldade relatada foi a falta de comunicação oficial sobre quais linhas compõem a frota emergencial. De acordo com o Sintro, a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) ainda não definiu nem sinalizou os ônibus autorizados a operar, tampouco forneceu os adesivos de “linha de emergência”, que costumam ser usados para identificar os veículos permitidos durante greves.
O movimento grevista foi deflagrado após impasse nas negociações entre motoristas e empresas, com a categoria reivindicando reajuste salarial, reposição da inflação e melhores condições de trabalho. A expectativa é de que a paralisação continue até que haja avanço nas conversas.
Até a publicação desta matéria, a STTU não se pronunciou oficialmente sobre a situação. A Justiça pode voltar a ser acionada caso a frota mínima siga sendo descumprida.